O cobrador Uilson Martins, 34 anos, estava no primeiro dia de trabalho após ser liberado pela junta médica do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) como apto ao retorno das atividades. Num surto psicótico, o rodoviário furtou o veículo na Estação Acesso Norte, dirigiu sozinho pelas ruas de Salvador e parou no viaduto Raul Seixas, que faz a ligação entre a região da Estação Rodoviária e a Avenida ACM, travando o trânsito no local.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, Uilson já estava afastado das atividades há pelo menos cinco meses e tinha acabado de retornar ao trabalho quando, aparentemente, surtou.
“O motorista do ônibus parou na Estação Acesso Norte e na hora que foi ao banheiro Uilson aproveitou e furtou o ônibus. Ele é habilitado e estava sozinho no coletivo, sem passageiros”.
Ao parar no viaduto o rodoviário subiu no teto do ônibus do consórcio Integra, que faz parte da frota de transporte urbano. Nenhum veículo grande conseguia trafegar no local. Apenas carros pequenos e motos e, mesmo assim, com muita manobra.
Após horas de negociação com equipes do Corpo de Bombeiros, o homem desceu do ônibus e foi encaminhado para o Hospital Teresa de Lisieux, onde aguarda uma avaliação com o médico. O diretor do sindicato da categoria, Daniel Mota, está na unidade e, em conversa com o Portal do Casé, informou que o homem aguarda atendimento de um psiquiátra e já está com familiares.
“Agora a gente tem que dar apoio ao colega. A crise no transporte coletivo está dando impacto na saúde mental dos trabalhadores junto com os problemas do dia a dia que eles enfrentam”.
O sindicato dos Rodoviários defente a criação do Centro de Tratamento Psicológico dos Trabalhadores. Segundo ele, já foi aprovada a proposta e precisa ser agora implantada pela Prefeitura de Salvador.
“Temos certeza que a implantação desse centro vai ajudar aos rodoviários que trabalham diariamente nas ruas da cidade e enfrentam problemas. As empresas tem avaliação psicológica apenas na hora da admissão e depois não há apoio”.
O sindicato dos rodoviários estima que cerca de 7% dos rodoviários estão afastados das atividades por problemas de saúde mental.
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